sexta-feira, 6 de março de 2020

ESTATÍSTICAS: Durante o período que um delegado esteve à frente da Prefeitura de Ceará-Mirim, as mortes violentas se multiplicaram na cidade



Existe uma crença no meio do povo que, elegendo-se um médico a prefeito de uma cidade, a saúde vai melhorar, ou, elegendo-se um delegado, a segurança vai melhorar. Só que não é bem por aí. Na cidade de Macaíba, por exemplo, já tivemos e temos a péssima experiência de ter um prefeito-médico administrando a cidade. E olhe que até insumos básicos, como gaze, esparadrapo e outros itens vivem faltando, sem contar no atendimento médico nos postos de saúde que, ao destinar 10 fichas para a população, muita gente fica de fora.

Da mesma forma pode acontecer com quem elege um delegado de polícia para ser prefeito, por exemplo, pois, a população pode até se frustrar, ao ver a criminalidade e mortes violentas crescerem na cidade. Falo isso porquê na cidade de Ceará-Mirim-RN, o povo elegeu um delegado de polícia nas eleições de 2008. Vejamos o resultado:
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Estatística das mortes violentas na cidade de Ceará-Mirim. Período: 2003 até fev/2020. Fonte: Observatório da Violência do RN
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No primeiro mandato (2009-2012) do prefeito e delegado Peixoto, as mortes violentas dobraram e praticamente triplicaram na sua gestão. O prefeito e delegado Peixoto foi reeleito nas eleições de 2012 para o seu segundo mandato (2013-2016) de forma muito apertada (31,96% contra 30,13% da sua adversária) e as mortes violentas na cidade de Ceará-Mirim continuaram a crescer. 

Se formos fazer um comparativo mediante os dados estatísticos do Instituto OBVIO, veremos que, no primeiro ano (2009) da gestão do prefeito e delegado Peixoto, a cidade de Ceará-Mirim só contabilizou 13 mortes violentas. No último ano (2016) da gestão do prefeito e delegado Peixoto, as mortes violentas na cidade de Ceará-Mirim chegaram a 90 assassinatos! Começou com 13 e terminou com 90. No ano seguinte (2017), após Peixoto entregar a cidade ao sucessor, após seus dois mandatos, Ceará-Mirim enterrou 146 pessoas que morreram de forma violenta!

CONCLUSÃO: Mediante essa pesquisa jornalística com informações do Observatório da Violência no Estado do Rio Grande do Norte (OBVIO), concluímos que, é uma ilusão eleger um médico para resolver os problemas da saúde de uma cidade, como também é uma ilusão eleger um delegado para amenizar os problemas da insegurança de um município, pois, nem sempre é possível amenizar, muito embora possam existir promessas nos palanques nesse sentido. Falamos de números, de casos reais, pois, as lágrimas dos parentes das vítimas da violência de Ceará-Mirim, essas não voltarão ao rosto das famílias, como também, seus parentes e amigos já enterrados, que foram vítimas da violência.
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Jornalista do Diário de Macaíba

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