Antes de Jesus Cristo estar na terra entre os homens, Roma já era a maior potência política e militar da época. Alguns conseguiam o poder, por deter muito dinheiro, ou, por pertencer a nobreza. Porém, existiam outras formas de conquistar o poder e a glória em Roma: vencendo as guerras, galgando posições no exército, tendo o reconhecimento e o respeito dos soldados. O resto viria. Conquistar a região da Gália (onde hoje é a França e Alemanha), era um desafio que nenhum conseguira conquistar.

As tribos gaulesas eram bem conhecidas nos campos de batalha, por lutarem ferozmente. Júlio César sabia que, se ele as atacassem de forma separada, as chances de obter vitória eram reais. Então, foi isso o que ele fez: dividiu e conquistou. A conquista da Gália foi o maior feito por um general romano até aquele momento. Júlio César obteve honra e a glória romana do Império, ao ser imperador romano.

Em Macaíba, a estratégia utilizada por Júlio César de "dividir para conquistar", já vem sendo empregada em Macaíba há um certo tempo. Em 2008, Cunhas e Dias se uniram para continuar no poder. Em 2012 eles estavam divididos para se manterem no poder. Em 2016 da mesma forma, estavam divididos para se manterem no poder. Dividindo a força política em duas, e entre eles mesmos, ninguém mais teria chances. Mas... será que essa divisão se deu por uma briga de fato, ou, foi uma estratégia política? Veremos...

A estória bem contada...

No início do governo Marília Dias (2009-2012), houve um boato na cidade de Macaíba que, uma suposta briga entre família, teria separado e desunido a prefeita à época, Marília Dias, com os dois irmãos Cunhas, Sérgio e Fernando (atual prefeito). Essa suposta briga perdurou durante o restante do mandato da ex-prefeita, até culminar nas eleições de 2012, com Fernando Cunha e Marília Dias estando em palanques diferentes, e até os dias atuais. Fernando Cunha ganhou a eleição daquele ano, "tirando" a faixa da prefeita que ele tinha "dado". 

Os dois novamente voltaram a estarem em palanques diferentes em 2016, só que, Marília Dias perdeu novamente para Fernando. Ela perdeu em 2012 como situação, e, perdeu novamente em 2016, como "oposição".

A ZPE como meio de ligação entre "Cunhas" e "Dias"

Algo importante, porém, aconteceu no mandato da ex-prefeita Marília Dias (2009-2012). O Núcleo Investigativo do Diário, sempre buscou indícios na gestão Marília, pois, sempre se questionou se de fato existia uma "intriga" entre eles. Vamos aos fatos:
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Artigo sobre a ZPE Macaíba. Fonte: Blog da Thaisa Galvão
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Em 2012, a governadora Rosalba, a prefeita Marília Dias, o ex-prefeito Fernando Cunha e o seu irmão Sérgio Cunha, participaram de um evento em Natal, que fora realizado para assinatura de uma ordem de serviço que objetivava a limpeza e o cercamento do terreno da ZPE Macaíba. De acordo com o título da matéria acima, dá a entender que houve uma ajuda do ex-prefeito e "intrigado" da ex-prefeita, Fernando Cunha, na liberação de um custeio inicial para as obras da ZPE. Só reforçando: Isso foi em 2012, último ano de gestão da prefeita Marília (à época).
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 Artigo sobre a construção das obras da ZPE Macaíba. Fonte: Tribuna do Norte
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Para quem não sabe, a ZPE (Zona de Processamento de Exportação) é um projeto bem antigo, mas, que sempre aparecia em tempos eleitorais para dar esperanças de emprego ao povo. Como vemos acima, a matéria é 14 de abril de 2012, ou seja, em poucos meses após essa matéria, Marília e Fernando iriam estar em palanques separados, "guerreando um contra o outro".
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Nesse evento que marcou a assinatura da governadora Rosalba Ciarlini e a prefeita Marília Dias, também estavam presentes o ex-prefeito Fernando Cunha e o ex-secretário Sérgio Cunha.

Nesse evento foi liberado o valor inicial de 638 mil reais, cujo total seria de 16 milhões, que estavam previstos para serem liberados até o 1º semestre de 2013. A suposta "intriga" estava a topo vapor naquele ano, pois era ano eleitoral... porém... se estavam de fato "intrigados", o que fazia Fernando e Sérgio Cunha em um evento que marcaria uma vitória (até então) de uma "adversária" política chamada Marília Dias, que promoveria a sua gestão? Mais adiante irei responder.
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 Contrato de concessão da ZPE Macaíba, assinado pelo prefeito Fernando Cunha. Fonte: Tribuna do Norte
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Marília Dias perde nas eleições de 2012 e Fernando Cunha ganha e assume em 2013. Pouco tempo depois, o prefeito Fernando Cunha assina uma concessão da ZPE para a empresa Unihope Imobiliária, que previa investimentos na ordem de 31 milhões de reais.
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Tempos depois, a empresa Unihope Imobiliária desiste do negócio milionário, e, a ZPE volta à estaca zero. Foram gastos mais de 600 mil reais com limpeza e cercamento do terreno, onde, acredito eu, o serviço não fora feito em sua totalidade. Eram previstos mais de 31 milhões em investimentos através de capital empresarial, fora os 16 milhões na totalidade que o Estado do RN previa gastar. Era muito dinheiro.

A investigação se aprofundou ainda mais, e, um personagem presente nos assuntos referentes à ZPE, aparece como Presidente da AZMAC (Administradora da Zona de Exportação de Macaíba): Sérgio Cunha Lima Bezerra, irmão do atual prefeito, e, suposto "intrigado" da ex-prefeita Marília.
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 Consulta do CNPJ da AZMAC. Fonte: Receita Federal
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  Quadro Societário da AZMAC. Fonte: Receita Federal
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Algumas perguntas, porém, não querem calar:
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1. Como uma empresa aberta durante a gestão MARÍLIA DIAS, ou seja, em 02/09/2010, pôde ter um suposto "intrigado" da ex-prefeita como Presidente da AZMAC, ou seja, o atual secretário Sérgio Cunha?

2.  O interesse de Fernando e Sérgio Cunha de "ajudar" Marília Dias nos assuntos referentes ao multi-milionário negócio da ZPE, durante o governo dela, era porque os 03 tinham interesses em comum nesse negócio que era fechado em Natal, longe dos olhos macaibenses, para que a tal "intriga" continuasse valendo por aqui?

3.  O dinheiro que fora gasto na suposta limpeza e cercamento da ZPE (638 mil reais), passaram pelas mãos de Marília como prefeita de Macaíba e de Sérgio Cunha como Presidente da AZMAC, durante a gestão dela?

4. Foi a ZPE o importante elo de ligação entre Marília Dias e os Cunhas durante o seu governo, que desmonta a farsa da "intriga", já que o outro elo, reside no fato de Marília Dias manter em seu governo, toda a equipe de Fernando Cunha?

5. A última pergunta: Já que Sérgio Cunha Lima Bezerra aparece como Presidente da AZMAC na Receita Federal, porque José Wilson é quem aparece em toda matéria jornalística dizendo que ele (José Wilson), é o Presidente da AZMAC??? Por que Sérgio Cunha se esconde nessas horas??? Por que a ex-prefeita Marília Dias não fala que na sua gestão, Sérgio Cunha foi o escolhido para ser o Presidente desse grandioso/fracassado projeto da sua gestão???
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Fico por aqui, deixando um importante trecho da Bíblia Sagrada para meditação:

"Pois nada está oculto, senão para ser manifesto; e nada se faz escondido, senão para ser revelado." (Evangelho de Marcos 4:22)

Jornalista do Diário de Macaíba
 

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