1. O contexto geral...

Numa democracia sincera e honesta, os gestores deveriam ser eleitos pelos seus bons exemplos e feitos, e não reeleitos, quando existisse omissão ou descumprimento das suas obrigações perante o povo. Porém, todo projeto de perpetuação de poder, parte do princípio da "maquiagem" do trabalho realizado apenas em época eleitoral, e das megas campanhas eleitorais que demandam muito dinheiro, pois, para o político si manter de pé por muito tempo, é necessário comprar muitas pessoas e gastar muito com estruturas eleitoreiras. Esse dinheiro, muitas vezes, é usado para comprar lideranças políticas, comprar opositores, comprar a mídia, artistas, pessoas influentes e formadores de opinião. Isso em grande parte do Brasil.
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2. O início...

Em Macaíba, no dia 01 de novembro de 2017, foi deflagrada a Operação "Alta Voltagem". Dezesseis promotores e forte aparato policial estiveram na Prefeitura de Macaíba, realizando busca e apreensão de documentos e provas que seriam determinantes para o desmantelo da "quadrilha da luz acesa".
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3. A denúncia...

 Recorte da denúncia da Operação "Alta Voltagem" (Ministério Público)
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Na página 5 da Denúncia da Operação "Alta Voltagem", o Promotor que presidiu o Inquérito Civil, deixa claro na nota de rodapé que, o Prefeito de Macaíba, será devidamente representando á Procuradoria de Justiça para adoção de medidas cabíveis, por existir o chamado "foro privilegiado". Isso pelo fato do Prefeito de Macaíba ter sido citado na delação premiada, como beneficiário da propina, além de outros elementos que a própria investigação aponta.
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4. A Delação Premiada comprometedora...

Recorte da Denúncia da Operação "Alta Voltagem" (Ministério Público)
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O Termo de Colaboração nº 11, foi homologado nos autos do Processo nº 2017.016862-7, cujo delator é o senhor Felipe Gonçalves de Castro, ligado a empresa ENERTEC, que prestava serviços de iluminação pública no município de Macaíba. Na imagem acima, o delator Felipe Gonçalves deixa claro "QUE, na ocasião, foi dito que FERNANDO, Prefeito de Macaíba, estava precisando de R$ 100.000,00 (cem mil reais) para quitar débitos de campanha (de 2016), tendo sido perguntado se Maurício Guerra (sócio da ENERTEC) podia ajudar; QUE MAURÍCIO disse que dava para ajudar com R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) e R$ 20.000,00 (vinte mil reais) eles tinham que botar dentro da medição de Macaíba [...]"
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Recorte da Denúncia da Operação "Alta Voltagem" (Ministério Público)
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No recorte acima, é possível saber que, o delator informa como o pagamento da propina foi feito. Segundo ele, o Secretário de Infraestrutura de Macaíba, Rawplácido, e um "colaborador", foram até a sede da Prefeitura de Macaíba, para realizar o pagamento da propina de 40 mil reais, conforme já estava acordado. Chegando na Prefeitura de Macaíba, Raw resolve entrar e ficar no aguardo, enquanto o "colaborador" sai de carro com os 40 mil reais da propina, juntamente com uma pessoa por nome de "ASSIS", e mais outra pessoa, a qual ele não sabe o nome. Dão uma volta no quarteirão com o veículo, enquanto eles contam o dinheiro. Depois, eles voltam para a Prefeitura, deixa os dois (Assis e o outro), e em seguida, dá uma carona a Raw, até a Secretária de Infraestrutura. 

Dessa forma, o Ministério Público interceptou diversas ligações telefônicas, onde de fato se configura diversas práticas ilícitas. Para quem não sabe, parte dessa propina era paga em "medição", que é o ato de se atestar em documento público, que um serviço realmente foi feito. Nesse caso, o serviço só existia no papel, mas, na realidade, a cidade vivia com muitos pontos às escuras, sem assistência nenhuma da empresa, ou, fiscalização da Prefeitura de Macaíba, enquanto isso, o contrato só tinha aumentos e mais aumentos, e nada de melhoria. Inclusive várias matérias desse blog já relatavam os serviços mal feitos pela empresa ENERTEC, na cidade de Macaíba. O caos era total! Pontos da cidade às escuras e a bandidagem tomando de conta!
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5. A doação eleitoral em 2012...

Doação de 10 mil reais da empresa ENERTEC para a campanha eleitoral de Fernando Cunha (2012). Fonte: SPCE - TSE
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A parte mais incrível dessa relação promíscua que o Prefeito Fernando Cunha teve com a empresa ENERTEC, é datada do ano de 2012! Onde na campanha eleitoral de 2012, do candidato Fernando Cunha, ele recebe uma doação de 10 mil reais da empresa ENERTEC, que detinha um contrato com a Prefeitura de Macaíba já naquela época. Esse contrato, era pago pela Prefeita à época, Marília Dias, e mesmo sendo ela que pagava o contrato na condição de Prefeita, Fernando Cunha, como candidato adversário a ela na eleição daquele ano, foi quem foi beneficiado com 10 mil de doação eleitoral para a sua campanha! Dá para entender uma coisa dessa em Macaíba!!??

6. Conclusão

Macaíba está um caso sério. O povo precisa dar um basta final nessa novela que já dura anos e anos! Todo mundo se cansa com algo na vida, e o povo dessa cidade precisa se cansar com tanta coisa errada que se descobre por aqui. Quase todo dia é uma novidade! Algumas pessoas ficaram milionárias muito fácil nessa cidade, e o que vem fácil, também vai fácil. A coisa está demais, e a tendência é piorar, pois a família se instalou na política, e agora vão querer eleger os gatos, os papagaios, os periquitos e quem mais aparecer. Quem irá sustentar tamanha estrutura política na família? O próprio povo! 

Não se trata de oposição ou situação, mas de se lutar pelo que é certo, pelo que é honesto. O voto é um meio de transformação social, mas, se você, caro eleitor, que ainda age pensando que é esperto, que vende o voto e elege as mesmas pessoas, como teremos mudanças? Você além de se lascar, lasca todo mundo com seu voto desonesto! Assim é demais! Nossa cidade poderá ter um prefeito cassado pela Justiça, pois a "conta" um dia chegará. O Promotor mesmo disse que irá representá-lo ao Procurador Geral, fora as outras denúncias que já existem. Nada disso é brincadeira, pois o Ministério Público já demonstrou e muito, que tem competência para investigar tudo e todos. Ninguém está acima da Lei. Ninguém.
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Para meditação:

"Duas coisas te peço; não mas negues, antes que eu morra: afasta de mim a falsidade e a mentira; não me dês nem a pobreza nem a riqueza; dá-me o pão que me for necessário; para não suceder que, estando eu farto, te negue e diga: Quem é o Senhor? Ou que, empobrecido, venha a furtar e profane o nome de Deus." (Provérbios de Salomão 30:7-9)
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Colunista do Diário de Macaíba






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