Numa cidade da grande Natal, já circula boatos, que uma dentista que há anos não extrai um dente, será a preferida de um povo, que já não aguenta tantas agulhadas de anestesia que ela, o marido e o cunhado médico, dão nesse povo. Eles são especialistas em anestesia. 

Quando se aproxima o período eleitoral, ela, o marido e o médico, começam a anestesiar o povo. Como ela é dentista, deixar o povo de "boca de aberta", é a sua grande especialidade. Começam a lançar as pedras fundamentais, a assinar as ordens de serviço pela cidade e pelo interior, a fazer as campanhas sociais pelos bairros, a pintar meio fio, e até remédios, exames, médicos e cirurgias, nessa época é uma fartura.

O povo, porém, nem percebe, que enquanto eles ficam atônitos com aquela maravilha toda, com a dentista, o marido dela e o médico, deixando todos de "boca aberta", mais ela e o marido enfiam a agulha nesse povo. É nesse período que muitos costumam ficar anestesiados, pois passam 04 anos sentindo as dores, as cunhaladas, e no tempo eleitoral, parece que eles dão a dose certa da anestesia, pois o povo costuma esquecer tudo, e a ação da anestesia, só vai passar depois do dia 10 de outubro, quando eles começam a aplicar a injeção de pimenta.

O pior não é nem as injeções. O pior mesmo, é o poder que o médico passará para a dentista mais adiante. Atualmente, o médico está deixando tudo abandonado, a cidade está acabada. Lá na frente, a dentista vai começar a andar nas casas do povo, nas comunidades. A reclamação será grande. O médico, porém, passará para as mãos da dentista, a chave da cidade, e uma caneta cheia de tinta. Estrategicamente, quando a dentista chegar num bairro/comunidade e escutar reclamações que está faltando alguma coisa, pode ter certeza, a dentista vai fazer uma ligação do celular, e no outro dia, vai estar tudo resolvido! 

Quando ela voltar lá, o povo daquela comunidade, vai estar quase todos anestesiados, e ela pronta para dar uma daquelas risadas, e uma daquelas tradicionais CUNHAladas, quando o povo virar as costas. Falei "quase todos", pois não é todos que caem nessas lorotas, nessas conversas moles. Com um discurso que é "ficha limpa", que é "nova na política", alguns irão acreditar. Alguns, porém, já estão cansados do médico e do marido dela. O discurso de que é  "nova na política", estando ao lado de vários dinossauros,  inclusive do médico, não irá convencer aqueles que já estão imunes às agulhadas anestesiosas, que já estão "passados no óleo"... Vamos aguardar o médico passar a caneta para ela, e os milagres começarem acontecer!
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Colunista do Diário de Macaíba


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