Após a notícia que o deficiente Jessé Elias seria solto pela Justiça, algumas pessoas no Facebook, passaram a agir de forma a não aceitá-lo como integrante da sociedade. Uma cidadã, residente em Macaíba, postou um comentário que excluia com todas as letras, a pessoa de Jessé Elias. Um outro cidadão, que também é deficiente e funcionário público federal, ameaçou agredir Jessé, caso o visse pela rua. Essas duas pessoas, caso fossem denunciadas à Polícia Civil e ao Ministério Público, iriam responder processo criminal contra a pessoa com deficiência, como está bem claro na Lei 13.146/2015 nos artigos 4 e 7 da referida Lei. Como os senhores podem observar abaixo, nesses "prints" dos artigos em questão:
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Artigo 4 que descreve a discriminação

Penas prevista aos que cometem discriminação à pessoa deficiente

Sobre agressão e violação dos direitos da pessoa com deficiência

A Lei, portanto, é bem clara, quando fala que a discriminação, a exclusão e a agressão ao deficiente, são crimes previstos e pode até dá multa e cadeia. Porém, muitas pessoas agem de forma impensada, pois tem a certeza, que ficarão impunes em casos assim. O cidadão que é funcionário público federal e também é deficiente, apagou o seu comentário ameaçativo. Porém, vamos deixar bem claro, que qualquer ação criminosa contra a pessoa de Jessé, ou a qualquer outro deficiente, em razão da sua deficiência, será punida na forma da Lei. 

Outras pessoas, porém, estavam preocupadas na questão de estarem com medo de ir a procissão. A Justiça já deixou bem claro, que Jessé não estará pelas ruas nesse dia, antes, estará no 11° Batalhão de Polícia, como determinou o Juiz. Por outro lado, vemos pessoas indo em busca da fé em uma procissão, e esquecendo do amor e do perdão. O Papa João Paulo II, foi um grande católico, grande humanista, admirado por todas as religiões. Um dos grandes atos de fé, amor e perdão praticados pelo Papa João Paulo II, foi quando perdoou a pessoa que tentou matá-lo num ataque terrorista. Que todos os católicos e evangélicos sigam seu exemplo, ao invés de difamar, injuriar e querer agredir uma pessoa que agiu fora do seu estado mental normal, ou qualquer outra pessoa na sua fraqueza. Cada um de nós temos uma fraqueza diferente do outro ser humano. Com relação aos bandidos que agem em sã consciência, que eles sejam punidos na forma da Lei. Estes sabem o que estão fazendo.

Papa João Paulo II perdoando quem tentou tirar-lhe a vida

Fica aqui esse texto conscientizador, e dizer que nós, não somos mais do que ninguém. Todos somos pecadores perante Deus. Atirar pedra sem olhar antes para dentro de nós mesmos, para a nossa condição injusta e pecadora perante Deus, não é um ato de quem conhece a Deus de verdade. Jessé errou, mas é um erro que deve ser perdoado. Não devemos guardar mágoas ou rancor. Por outro lado, devemos respeitar as minorias, pois cada pessoa tem as suas particularidades e comportamentos diferentes. Devemos amá-las, como se os defeitos nao existissem. Fé, amor, esperança e perdão: disso o mundo precisa. Se agíssemos como pessoas de Deus, nunca precisaríamos de leis, pois iríamos agir pela consciência e amor ao próximo.
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Mário Henrique
Colunista do Diário de Macaíba





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