A imagem acima, não foi escolhida à toa, pois descreve fielmente como algumas servidoras concursadas do Posto da Maré se sentem. Durante meses desse ano, apareceu uma "tal" de TAC - Termo de Ajustamento de Conduta, que dá diretrizes de como deve ser feito o funcionamento do citado posto, e que as funcionárias que antes trabalhavam 06 horas corridas, agora deveriam trabalhar 08 horas diárias, com intervalo de 02 horas de almoço. Antes, elas entravam às 07 da manhã, e saiam às 13 horas, tudo conforme a Lei. Quando era um setor que não podia fechar, por exemplo, fazia-se o seguinte: duas servidoras ficavam responsáveis por aquele setor. Então, uma entrava às 7 da manhã e saia às 13h, e a outra entrava às 11 da manhã e saia às 17h. No revezamento de horários entre elas, a população tinha seus anseios atendidos.
O Posto da Maré sempre funcionou dessa forma, durante muitas décadas! Inclusive, tem servidoras com mais de 20, 30 anos, e o posto sempre funcionou a contento. E agora? Quando as duas servidoras que ocupam uma sala/setor que não pode fechar, e que tem que sair no mesmo horário do almoço, a sala vai ficar fechada? O povo será penalizado com o não atendimento nesse horário? O povo do interior que ficam numa fila para ser atendido, vão ter que esperar as 02 horas de almoço, quando elas voltarem??? Vão fazer o quê, então? Colocar uma ASG para aplicar injeção? Vão colocar uma pessoa de outro setor, para entregar medicamento controlado na farmácia? Vão experimentar ocorrer os erros de gestão e ser processados na Justiça por eles? Lembrem... mexer com Saúde envolve riscos calculados, e não é a secretária e nem a diretora que vai arcar com os custos dos erros na Justiça...
A mudança, porém, pegou algumas de surpresa, que estavam acostumadas a trabalhar no regime das 06 horas corridas, que não é ilegal. A surpresa mesmo, veio no final do mês, quando perceberam que no contracheque, haviam descontado 200, 300, 400, 500 reais... e obviamente, houve um total descontrole financeiro na vida dessas servidoras concursadas, que ao receber seus vencimentos com desconto, não puderam cumprir com seus compromissos financeiros, levando-as a passar aperto, a trabalhar descontentes, desmotivadas e revoltadas. O mais interessante dessa história toda, é que só os cargos efetivos foram punidos com a tal mudança, sendo desconhecido por todas as que estavam na reunião, que algum cargo comissionado tivesse seus vencimentos descontados. E a revolta cresceu ainda mais. Já imaginaram, a pessoa trabalhar 06 horas corridas, e todos os dias ter 02 horas descontadas, porque era pra ter trabalhado 08 horas? É até aceitável que se desconte nas faltas, mas elas foram trabalhar!
Depois que a ex-secretária de Saúde, Silvana Cosme, assumiu a direção do Posto da Maré, as servidoras concursadas passaram a trabalhar num clima de pressão e perseguição. Segundo alegam algumas servidoras concursadas (durante uma reunião que tivemos em sala trancada), no Posto da Maré, existe uma diferenciação no tratamento, quando se é cargo comissionado, e quando se é cargo efetivo. Prova disso são os descontos, de uma coisa que nem sequer foi implantado para todos da Secretaria de Saúde, mas as servidoras do Posto da Maré, já foram punidas e pagaram na frente. Cadê a igualdade, impessoalidade, isonomia entre todos? Já que a diretora do Posto da Maré cobra tanta pontualidade e coerência no serviço público, será que ela cumpre fielmente suas 08 horas diárias? Já que ela ganha o maior salário do posto, isto é, quase 10 mil reais, era pra ser a primeira e chegar e a última a sair. O correto seria devolver esses valores, e quando todos os pontos estivessem ok, que se desse o prosseguimento, porém, da forma correta, sem fechar setor, e sem comprometer a qualidade no atendimento.
Além disso, tem outro fatos cirscunstânciais: Já que querem manter as servidoras trabalhando as 08 horas diárias, já prepararam um refeitório para elas, ou será que elas ganham o suficiente para comer em restaurante? Já prepararam uma sala de descanso para quem vem de fora, ou elas terão que descansar as duas horas de almoço, pelas calçadas quentes do centro de Macaíba? Já amenizaram as condições insalubres de trabalho? E aquele monte de fios elétricos expostos? E os ratos e baratas? E aquele esgoto caindo dentro da Maré? O Posto da Maré não pode fechar duas horas para o almoço, nem pode existir pessoas inabilitadas para atender pacientes, na ausência de profissional habilitado em horário de almoço. Se isso ocorrer, é algo gravíssimo. Vamos fiscalizar esse tipo de situação e denunciar, se preciso for.
Se querem colocar duas pessoas para trabalhar em cada turno, para justificar a não necessidade do concurso público, enganados estão. Já faz 20 anos que a Saúde Municipal não tem um concurso público. Precisamos acabar com esse câncer que existe na Saúde Municipal e em todas as secretarias, onde o apadrinhamento e a indicação de cargos, falam mais alto. Tem postos de saúde que não existe um cargo efetivo sequer! Isso é um desatino! A cidade em ruínas, toda esburacada, e só se preocupam em perseguir aqueles que escolhem em quem querem votar, que escolhem não sair mais cedo do trabalho, para correr e caminhar atrás dos candidatos indicados. Essa cidade está afundada, no tempo e no espaço. O Posto da Maré é apenas uma amostra, de como se encontra nossa cidade, nossa Saúde. Sem mais!
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Fotos do protesto:
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Colunista do Diário de Macaíba
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